Pesquisar este blog

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Associação garante avanços no serviço de coleta seletiva em Peruíbe

Associação garante avanços no serviço de coleta seletiva em Peruíbe
O trabalho conta com apoio da Prefeitura de Peruíbe, por meio do departamento de Agricultura e Meio Ambiente. Agora, equipe pretende ampliar o roteiro

 Oficialmente formalizada este ano, a Associação de Catadores Garça Vermelha tem realizado um importante trabalho no Município. A entidade, que conta com o apoio da Prefeitura, hoje arrecada, em média, sete toneladas de material reciclável por mês. No período de alta temporada, a associação já conseguiu mais de 9 toneladas.

Antes mesmo da formação da entidade, os catadores já exerciam essa função na necessidade de garantir renda. Eles trabalhavam em uma casa antiga construída no terreno cedido pela Prefeitura, até que em 2012 conseguiram erguer o tão sonhado galpão no mesmo local. Porém, ainda era preciso realizar algumas adequações para que o serviço fosse executado dentro das recomendações da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb). Após um curto período fechado, em 2013, os catadores receberam apoio da Administração Municipal, com a regularização do local e todo material necessário para preparar o processo de coleta.

Foi então que os seis membros já cadastrados na associação começaram a receber o apoio direto do Departamento de Agricultura e Meio Ambiente, que forneceu maquinário, veículo de coleta e acompanhamento semanal das atividades.

Atualmente, a equipe se divide em escalas e funções, seguindo um roteiro de coleta que envolve a cobertura de 70% do Município, sempre de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h. Devidamente identificados com crachás, os catadores realizam o trabalho ‘porta a porta’, ou seja, buscando material nas residências. Em seguida, toda coleta arrecadada é  encaminhada à sede da associação, onde ocorre a separação dos produtos e a destinação para a prensa (máquina que serve para compactar o material).

Dentre os objetos coletados, estão papel, lata, ferro, papelão, alumínio e garrafas pet, que, depois de embalados, são pesados e disponibilizados para ferros-velhos e empresas do sul do País para reaproveitamento. O valor obtido com a venda  complementa a renda dos coletores, que reservam 5% do lucro para investimentos e melhorias na associação.

E os avanços não param por aí. O próximo passo, segundo a equipe, é aumentar o número de colaboradores, visando realizar a coleta em 100% do Município. A população pode agendar a retirada de materiais pelos telefones 3455-7896 (Meio Ambiente) ou na própria Associação (13) 9 9706-4023 / 9 8118-5519. O mesmo serve para comércio e condomínios fechados. Com isso, além de contribuir para preservação ambiental, a população também ajuda a manter esse importante trabalho de coleta seletiva realizado no Município.

Do lixão para a vice presidência da associação
Maria de Lurdes Barreto, 48 anos, moradora de Peruíbe há mais de 20 anos, veio de Juquiá com a família em busca de melhores condições de vida no município. No início, começou a trabalhar como faxineira em algumas casas da cidade e instalou sua moradia no bairro do Ribamar.
Devido a dificuldades financeiras e problemas familiares, Maria logo se mudou para o Caraguava e a necessidade a fez buscar no lixão materiais descartados que pudessem ser revendidos garantindo uma nova fonte de renda, ainda que como faxineira o ganho não era suficiente para seu sustento e de seus dependentes.

A catadora relata as dificuldades desse ofício e afirma que muitas vezes foi hostilizada ao realizar essa prática, “era muito difícil, eu tinha que chegar no local por volta de 5h da manhã para coletar e guardar o que conseguia num mala, depois o escondia tudo o que arrecadava para no fim da semana dar destino ao material. Era uma correria, muita gente brigava por espaço e por um pouco mais de lixo que pudesse dar uma venda melhor, cerca de 20 pessoas diariamente disputavam o espaço para conseguir o pouco que nos garantia um dinheiro no fim da semana”, conta Maria de Lurdes.

Durante 5 anos, Maria seguiu persistindo nessa ação, até que em 2012, recebeu o convite de uma prima que já trabalhava no galpão de coleta. A proposta de pronto foi aceita e a catadora passou a trabalhar na separação do material com mais segurança, respeito e dignidade. E hoje, com a formalização da Associação Garça Vermelha, além de sua função, Maria foi nomeada vice-presidente do grupo,”Gosto muito do que eu faço, não me arrependo de nada, hoje todos nós nos damos muito bem. Hoje moro próximo do meu trabalho e posso dizer que sou vice presidente de uma associação com muito orgulho”, finaliza Maria de Lourdes Barreto.         

Nenhum comentário:

Postar um comentário